Você provavelmente já ouviu falar em ESG, a sigla que vem ganhando cada vez mais visibilidade. Do inglês, Environmental, Social and Governance, este tema diz respeito à integração da geração de valor econômico junto à preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa, por parte das empresas.

ESG é um conjunto de padrões e boas práticas cujo intuito é definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada. Reunindo os três pilares desse movimento (Environmental: meio-ambiente, Social e Governance: Governança), eles são utilizados como critérios para medir se uma empresa possui sustentabilidade empresarial, sendo uma opção viável de investimentos sustentáveis que gerem impactos positivos no setor financeiro, social e ambiental, são as chamadas “Métricas ESG”, que se referem às medidas quantificáveis utilizadas para avaliar o desempenho de uma empresa em relação aos critérios ambientais, sociais e de governança. 

Como medir:

1 – Faça uma pesquisa sobre a companhia para saber quais são suas práticas em relação ao meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa.

2 – Deve haver transparência em relação às informações sobre suas emissões de carbono, práticas de governança corporativa, políticas de diversidade e inclusão, entre outros aspectos relevantes.

3 – Confira certificações e selos. 

4 – Engajamento com seus stakeholders, como funcionários, clientes, fornecedores e comunidade.

5 – Empresas comprometidas com ESG geralmente têm um desempenho financeiro sólido.

A Agenda ESG é formada por compromissos que as organizações assumem com base nesses critérios. Isso significa que, ao segui-la, as empresas devem levar em conta o efeito que suas atividades, ações e decisões causam nesses fatores. 

Para criar a Agenda ESG, as empresas devem avaliar como podem influenciar cada uma dessas áreas de forma positiva e negativa para assim, adotar medidas, práticas e hábitos que evitem riscos e minimizem impactos ambientais e sociais

Um dos principais motivos do crescimento da agenda ESG é a urgência em combater as mudanças climáticas. De acordo com as Nações Unidas, as emissões de carbono devem ser reduzidas em 45%, até 2030, e chegar a zero até 2050. Mais de 70 países, que representam ao redor de 76% das emissões globais de carbono, já se comprometeram com metas “net zero”, ou “carbono zero”.

Provavelmente, nos próximos anos veremos novas regulações e, assim, os maiores emissores terão de investir em novos processos, tendo como custo neutralizar suas emissões, ou vão correr o risco de perder espaço para produtos e processos menos poluentes. Ou seja, as empresas que não se comprometerem com ESG ficarão para trás e poderão acabar sem capital. Pois, além da consciência corporativa que preza por boas práticas, agora há uma pressão de investidores e gestoras de fundos a favor do ESG.

Como uma empresa se torna ESG?

Uma empresa ESG pode ser identificada como tal quando ela é uma signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse pacto foi criado pela ONU visando incentivar as empresas a aderirem práticas mais sustentáveis.

Assim, cada índice tem seus próprios critérios ESG. Em sua pontuação, medida por agências, será considerado o quanto as práticas das empresas no dia a dia concordam com essas diretrizes.

– Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3)

– Índice de Governança Corporativa (IGCT)

– Índice S&P/B3 Brasil ESG (Além dos índices da B3, as companhias também podem fazer parte do Dow Jones Sustainability Index (DJSI) e do índice FTSE4Good, por exemplo)

– Índice Carbono Eficiente (ICO2)

Além disso, é importante saber seu propósito e como a sua atuação melhora a sociedade (se a empresa deixar de existir hoje, que falta faria?), fazer o levantamento de suas emissões em todos os níveis (escopo 1, 2 e 3) e definir metas de redução alinhadas com as melhores práticas (Science Based Targets, SBTi), além de investir no relacionamento com clientes, fornecedores e a comunidade (abrir canais de diálogo e mapear as dores de cada um e como elas se relacionam com a atuação da companhia) e implementar políticas de governança e transparência claras e objetivas.

Há uma série de vantagens para as empresas em se adequarem para ESG, como a reputação positiva para a empresa, aumento da rentabilidade, maior valor de mercado, facilidade de desconto na captação de crédito, redução de riscos, custos e desperdícios, tendo consequência no impacto nos negócios. 

Hoje em dia, os grandes consumidores e investidores estão buscando empresas engajadas na sustentabilidade ambiental, para minimizar os impactos ambientais causados ao longo dos anos. Os pilares do ESG hoje fazem parte da análise de riscos e são considerados na tomada de decisões de investidores, que passaram a dar menos atenção a empresas que não se preocupam com a sustentabilidade.  Inclusive, como exemplo, podemos listar empresas exemplos de sucesso em ESG, como Natura, Itaú, Ambev, Magazine Luiza, Grupo Boticário, Google, Bradesco, Unilever, Nestlé e Danone.

Em resumo, para ser uma empresa ESG é preciso repensar o modelo do negócio, produtos e fornecedores. Também a relação com acionistas, executivos, colaboradores, clientes e sociedade em geral. Isso significa verdadeiramente evoluir pensando no respeito às pessoas e ao planeta. 

Cada vez mais as empresas estão percebendo que não estão isentas dos problemas do mundo. Ao contrário, elas entendem que precisam assumir a responsabilidade social corporativa, fazendo sua parte em prol da redução dos danos causados ao meio-ambiente durante estes anos. A meta é cada vez mais, termos empresas sustentáveis e preocupadas com o planeta e a população.